"Não digas nada, amor.
Deixa que dure apenas o perfil das sombras na parede.
Não sei a estrada que conduz à tua alma.
Mas sei perder-me na calma do teu olhar.
Arde esta eternidade luminosa.
Volteiam as traças, as crisálidas.
Lá fora, a luz é crua.
Estou nua, amor, veste-me com as túnicas leves das mãos.
Já não sei se não sei a estrada que condiz à tua alma.
Estou nua, amor, mas despe-me outra vez com a lua da tua luz
para que mais nua, amor, não saiba nada, nada saiba
e grite para que fales, amor, fales o que te não quero ouvir.”
Fátima Murta – “Coisa talvez amada”- 1987
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