Se podes olhar, vê! Se podes ver, repara! José Saramago, "Ensaio sobre a cegueira"

sexta-feira, 27 de maio de 2011

"Perder-se também é o caminho..."

"E se me achar esquisita,
respeite também.
até eu fui obrigada a me respeitar."
"Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome."
"Minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem de grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite."
"Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento."
"Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: quero uma verdade inventada."
"...estou procurando, estou procurando. Estou tentando me entender. Tentando dar a alguém o que vivi e não sei a quem, mas não quero ficar com o que vivi. Não sei o que fazer do que vivi, tenho medo dessa desorganização profunda."
"Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato... Ou toca, ou não toca."
"É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo."



Are you the one?

"Are you the one?
The traveller in time who has come
To heal my wounds to lead me to the sun
To walk this path with me until the end of time

Are you the one?
Who sparkles in the night like fireflies
Eternity of evening sky
Facing the morning eye to eye

Are you the one?
Who'd share this life with me
Who'd dive into the sea with me
Are you the one?
Who's had enough of pain
And doesn't wish to feel the [same], anymore

Are you the one?

Are you the one?
Who's love is like a flower that needs rain
To wash away the feeling of pain
Which sometimes can lead to the chain of fear
Are you the one?

To walk with me in garden of stars
The universe, the galaxies and Mars
The supernova of our love is true

Are you the one?
Who'd share this life with me
Who'd dive into the sea with me
Are you the one?
Who's had enough of pain
And doesn't wish to feel the [same], anymore
Are you the one?

Are you the one?
Who'd share this life with me
Who'd dive into the sea with me
Are you the one?
Who's had enough of pain
And doesn't wish to feel the [same], anymore
Are you the one?
Are you the one?
Are you the one?"

I love this song... the music... the voice... the lyrics... the question...
I'll never have an answer !

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Je te promets...

"Je te promets le sel au baiser de ma bouche.
Je te promets le miel à ma main qui te touche.
Je te promets le ciel au dessus de ta couche,
Des fleurs et des dentelles pour que tes nuits soient douces.

Je te promets la clé des secrets de mon âme.
Je te promets la vie de mes rires à mes larmes.
Je te promets le feu à la place des armes
Plus jamais des adieux, rien que des au revoir.

J'y crois comme à la terre, j'y crois comme au soleil.
J'y crois comme à l'enfant, comme on peut croire au ciel.
J'y crois comme à ta peau, à tes bras qui me serrent.
Je te promets une histoire différente des autres,
J'ai tant besoin d'y croire encore.

Je te promets des jours tous bleus comme tes veines.
Je te promets des nuits rouges comme tes rêves,
Des heures incandescentes et des minutes blanches,
Des secondes insouciantes au rythme de tes hanches.

Je te promets mes bras pour porter tes angoisses.
Je te promets mes mains pour que tu les embrasses.
Je te promets mes yeux si tu ne peux plus voir.
Je te promets d'être heureuse, si tu n'as plus d'espoir.

J'y crois comme à la terre, j'y crois comme au soleil.
J'y crois comme à l'enfant, comme on peut croire au ciel.
J'y crois comme à ta peau, à tes bras qui me serrent.
Je te promets une histoire différente des autres,
Si tu m'aides à 'y croire encore.

Et même si c'est pas vrai, si on te l'a trop fait,
Si les mots sont usés comme écrits à la craie,
On fait bien des grands feux en frottant des cailloux.
Peut-être avec le temps et à force d'y croire,
On peut juste essayer pour voir

Et même si c'est pas vrai, même si je mens,
Si les mots sont usés, légers comme du vent
Et même si notre histoire se termine au matin,
Je te promets un moment de fièvre et de douceur,
Pas toute la nuit mais quelques heures.

Je te promets le sel au baiser de ma bouche.
Je te promets le miel à ma main qui te touche.
Je te promets le ciel au dessus de ta couche,
Des fleurs et des dentelles pour que tes nuits soient douces."

Personne ne promet tout ça... jamais ! Il y a des promesses impossibles d'accomplir!

sexta-feira, 20 de maio de 2011

De aniversário...

Completa hoje 67 anos...

Adoro a sua voz...

E adoro esta música...

E porque sim !

De música...

" Here I am alone this empty room
No sunny … in here
Hear the … conversation, of the neighbor, through the wall
A strangle light fades out the window
I can't help myself, I'm in love with this constellation


The city shimmers, our life alone heart
And all the glitters may be gone
And the sun walks in the sky light,
When it's precious, when it starts
Raining in and slowly follow heart
Follow heart,
Like a … stranger, …
…return the … my little safety …and we
Here I am alone this empty room
No sunny … in here
I'll be making conversation, in this …
A strangle light fades out the window
I can't help myself, I'm in love with this constellation."
Moby - "The low hum"

... e se ... se... te conheço ???

Eu sei, não te conheço mas existes

"Eu sei, não te conheço mas existes.
por isso os deuses não existem,
a solidão não existe
e apenas me dói a tua ausência
como uma fogueira
ou um grito.

Eu sei, não digas, deixa-me inventar-te.
não é um sonho, juro, são apenas as minhas mãos
sobre a tua nudez
como uma sombra no deserto.
É apenas este rio que me percorre há muito e desagua em ti,
Porque tu és o mar que acolhe os meus destroços.
É apenas uma tristeza inadiável, uma outra maneira de habitares
Em todas as palavras do meu canto.

Tenho construído o teu nome com todas as coisas.
tenho feito amor de muitas maneiras,
docemente,
lentamente
desesperadamente
à tua procura, sempre á tua procura
até me dar conta que estás em mim,
que em mim devo procurar-te,
e tu apenas existes porque eu existo
e eu não estou só contigo
mas é contigo que eu quero ficar só
porque é a ti,
a ti que eu amo."
Joaquim Pessoa in "Os olhos de Isa"

Nos olhos de Isa... Isa...bel ???

Nos olhos de Isa

"Nos olhos de Isa a chuva grita e a noite
Acende fogueiras.
 
Os  meus olhos param. Nos olhos de Isa.
 
Oh, nos olhos de Isa espreguiça-se a madrugada
E o vento acorda para ajudar os pássaros a voar
E as árvores a acenar-lhes uma bandeira de folhas, uma tristeza verde.
 
Nos olhos de Isa.
 
Nos olhos de Isa a manhã explode num inferno de estrelas,
Num clarão de silêncio, em estilhaços de rosas, pétalas de sombra.
 
Nos olhos de Isa os poetas vagueiam num bosque de mel
Onde as abelhas constroem a tarde
Desesperadamente.

Nos olhos de Isa ninguém repara na minha solidão."





Joaquim Pessoa in "Os olhos de Isa"
 

Só o belo nos faz sofrer....

Há já alguns anos... sensivelmente década e meia... comprei um edição especial - desenhos e poemas - desta obra maior de Joaquim Pessoa...
Frequentemente... leio e releio... estes poemas... e a cada leitura... sinto-me a Isa...  de que fala o poeta...
... semelhança de nome... de sentires... de interrogações... talvez semelhança de sentimentos...
Adoro... apesar da dor...
Só o belo nos faz sofrer...



" Se ao menos soubesses tudo o que eu não disse
ou se ao menos me desses as mãos como quem beija
e não partisses, assim, empurrando o vento
com o coração aflito, sufocado de segredos;
se ao menos percebesses que eram nossos
todos os bancos de todos os jardins;
se ao menos guardasses nos teus gestos essa bandeira de lirismo
que ambos empunhamos na cidade clandestina
Quando as manhas cheiravam a óleo e a flores
e o inverno espreitava ainda nas esquinas como uma criança tremendo;
se ao menos tivesses levado as minhas mãos para tocar os teus dedos
para guardar o teu corpo;
se ao menos tivesses quebrado o riso frio dos espelhos
onde o teu rosto se esconde no meu rosto
e a minha boca lembra a tua despedida,
talvez que, hoje, meu amor, eu pudesse esquecer
essa cor perdida nos teus olhos."
Joaquim Pessoa in "Os olhos de Isa"

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Je vais t'aimer...

Dès la premiére fois... ... c'est lointain déjà... peut-être 1983/84...que je l'ai entendue... j'ai adoré cette musique...
Au fil des années... je l'ai écoutée des centaines de fois...
... et toujours ces centaines de fois... j'étais triste...
À chaque écoute... de plus en plus... je suis sûre... que jamais... personne ne va m'aimer comme ça...
Triste, vraiment !

domingo, 15 de maio de 2011

De noites...




A noite é... sempre foi....  para mim a parte preferida das 24 horas do dia...
Com o passar do tempo... relembro noites...

Como a mais importante da minha vida,  de uma terça 02 de Abril... em que chegaste a este mundo cruel... amor da minha vida... minha filha...
Muitas relembro...  como momentos de alegria, diversão, loucura, amizade, partilha e ir... (porque fáziamos questão) ... ver o nascer do sol ao "Sto. António"... todos... amigos, amigas, irmãos, irmãs... que saudades...
Outras ainda... de muita alegria, amizade, de muita cultura, de desafios, de loucura,  de paixões... de muitos lugares... de muitas pessoas... Lisboa... Paris... que saudades...

As únicas de que não tenho saudades... são... infelizmente... as que mais se vão repetindo... de insónias... de angústias,  de tristeza, de dor... como esta hoje... em que me sinto capaz de escrever os versos mais tristes...

Obrigada Pablo Neruda... por já ter escrito...

A noite...


NOITE

Como a Noite é Longa!
Como a noite é longa!
Toda a noite é assim...
Senta-te, ama, perto
Do leito onde esperto.
Vem p’r’ao pé de mim...

Amei tanta coisa...
Hoje nada existe.
Aqui ao pé da cama
Canta-me, minha ama,
Uma canção triste.

Era uma princesa
Que amou... Já não sei...
Como estou esquecido!
Canta-me ao ouvido
E adormecerei...

Que é feito de tudo?
Que fiz eu de mim?
Deixa-me dormir,

Dormir a sorrir
E seja isto o fim.
Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"

Tarde de silêncio...

Um fim de tarde em silêncio... tanto silêncio...
De silêncio... um desses silêncios... por analogia...  trouxe à memoria... Silent Poets... que trazem à memoria... outro ser... outra cidade...  outra idade...
Mas não... outra vida... !
JPL... hoje à distância de tantos anos... mágoas à parte...  sou mais "Eu" por te ter conhecido e contigo ter privado. Bem hajas!

Músicas ouvidas, sentidas, vividas....

" Uma espécie de céu
Um pedaço de mar
Uma mão que doeu
Um dia devagar
Um Domingo perfeito
Uma toalha no chão
Um caminho cansado
Um traço de avião
Uma sombra sozinha
Uma luz inquieta
Um desvio na rua
Uma voz de poeta
Uma garrafa vazia
Um cinzeiro apagado
Um hotel na esquina
Um sono acordado
Um secreto adeus
Um café a fechar
Um aviso na porta
Um bilhete no ar
Uma praça aberta
Uma rua perdida
Uma noite encantada
Para o resto da vida
Pedes-me um momento
Agarras as palavras
Escondes-te no tempo
Porque o tempo tem asas
Levas a cidade
Solta me o cabelo
Perdes-te comigo
Porque o mundo é o momento
Uma estrada infinita
Um anuncio discreto
Uma curva fechada
Um poema deserto
Uma cidade distante
Um vestido molhado
Uma chuva divina
Um desejo apertado
Uma noite esquecida
Uma praia qualquer
Um suspiro escondido
Numa pele de mulher
Um encontro em segredo
Uma duna ancorada
Dois corpos despidos
Abraçados no nada
Uma estrela cadente
Um olhar que se afasta
Um choro escondido
Quando um beijo não basta
Um semáforo aberto
Um adeus para sempre
Uma ferida que dói
Não por fora, por dentro"

 "porque o mundo é um momento"... e o momento é para ser vivido !

Mas...  MOMENTOS há, ... em que "uma ferida que dói ... não por fora, por dentro"... dói tanto, tanto...

Assim... VIVER intensamente  MOMENTO que não dói!...

De músicas ouvidas, sentidas, vividas (3)



 Momento alto do concerto ! Muita emoção... sensações e sentimentos a atropelar-se...

De músicas ouvidas, sentidas, vividas... (2)

2ª música do concerto de Pedro Abrunhosa... na noite de 14 de Maio 2011 em Bragança...

.... música muito sentida, muito vivida... com lágrimas e tudo... mas com dois abraços tão fortes... que me aconhegaram tanto... tanto... tanto por dentro como por fora...


Love you mano !  Love you Ângela!

De músicas ouvidas, sentidas, vividas.... (1)

Na ressaca de uma manhã mal dormida... mas de uma noite de emoções...


Da companhia dos que nos amam... de verdade... incondicionalmente...
OBRIGADA MANO, OBRIGADA AMIGAS!

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Certas coisas não se explicam.
Não existem palavras que as descrevam ou soluções que as resolvam .
Sentimentos, gestos, sonhos e sorrisos. A alma entende...


Procura-se um amigo

"Procura-se um amigo
Não precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimentos, basta ter coração. Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir. Tem que gostar de poesia, de madrugada, de pássaro, de sol, da lua, do canto, dos ventos e das canções da brisa. Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse amor. Deve amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam consigo.
Deve guardar segredo sem se sacrificar. Não é preciso que seja de primeira mão, nem é imprescindível que seja de segunda mão. Pode já ter sido enganado, pois todos os amigos são enganados. Não é preciso que seja puro, nem que seja todo impuro, mas não deve ser vulgar. Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e, no caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo que isso deixa. Tem que ter ressonâncias humanas, seu principal objetivo deve ser o de amigo. Deve sentir pena das pessoa tristes e compreender o imenso vazio dos solitários. Deve gostar de crianças e lastimar as que não puderam nascer.

Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova, quando chamado de amigo. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grandes chuvas e das recordações de infância. Precisa-se de um amigo para não se enlouquecer, para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade. Deve gostar de ruas desertas, de poças de água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim. Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo.

Precisa-se de um amigo para se parar de chorar. Para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas. Que nos bata nos ombros sorrindo ou chorando, mas que nos chame de amigo, para ter-se a consciência de que ainda se vive."[Vinicius de Moraes]
 
Julgo já ter encontrado...

Poemas da minha vida...

 Cansaço
"O que há em mim é sobretudo cansaço —
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.

A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto em alguém,
Essas coisas todas —
Essas e o que falta nelas eternamente —;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada —
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...

E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço,
Íssimno, íssimo, íssimo,
Cansaço... "

Álvaro de Campos

terça-feira, 10 de maio de 2011

Músicas da minha vida...

Livros da minha vida...

... OLHARES...

"Todos nós temos necessidade de ser olhados.
Podíamos ser divididos em quatro categorias consoante o tipo de olhar sob o qual desejamos viver.
A primeira procura o olhar de um número infinito de olhos anónimos ou, por outras palavras, o olhar do público.
Na segunda categoria, incluem-se aqueles que não podem viver sem o olhar de uma multidão de olhos familiares.
A terceira categoria é a categoria daqueles que precisam de estar sempre sob o olhar do ser amado. 
Finalmente, há uma quarta categoria, bem mais rara, que são aqueles que vivem sob os olhares imaginários de seres ausentes.
São os sonhadores."
Milan Kundera, A insustentável leveza do ser, 1984




Livros da minha vida...

"Vamos ficar por aqui, a fazer aquilo que podemos e sabemos, certos de que fazemos muito pouco em relação aos sonhos que moram no nosso destino e que talvez façamos muito se tivermos em conta aquilo de que somos feitos."

António Alçada Baptista, O Riso de Deus, 1994

Músicas da minha vida...

 

Cry... guitar... cry...

Poemas da minha vida...

Perdidamente!